segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Meu Tapete

A gente já tinha se cruzado por aí várias vezes, até que algum vento trouxe um impulso e um tempo certo e resolvemos acontecer. De repente apareceu você na minha vida, na minha casa, no meu banheiro. Na minha cozinha, na minha cama, no meu tapete. Meu tapete que ainda cheira um pouco ao seu perfume Calvin Klein misturado com creme de barbear e o bom e velho suor. São seus rastros na minha vida. Os visíveis. Os outros, piores, mais intensos, guardo visíveis apenas a mim mesma - difícil de serem admitidos depois de tanto termos nos prometido que não passaria daquilo – de boa companhia durante o tempo em stand by dos nossos corações. Não é que eu esteja sofrendo de amor ou dor de cotovelo ou coisa do tipo. Não. É só saudade mesmo. “Só”. Saudade da sua respiração na minha orelha. Saudade da sua mão no meu cabelo. E do seu cheiro de banho. Fomos uma distração, uma boa dose de cura para antigos machucados de outros amores. Leve, saudável, divertido. Agora, espero que seu novo amor não te machuque para você não precisar de outra dose dessas, que são sempre um risco e um convite a perder o controle e acabar se viciando. Mas, caso aconteça, você sabe meu telefone. E o endereço da minha casa com o tapete.

(Mariana Pio)

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