terça-feira, 22 de outubro de 2013

de sa pe go

que desse apelo,
desapêgo.
pesadelo,
não-sossêgo,
não sossego.
sua pele que chêro,
desejo.

(Mariana Pio)

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Caminho da imaginação

Não sei precisar de onde vem minha inspiração
ela sempre busca um meio de chamar minha atenção
se junta com a minha sede de criação
e súbito, surge mais um verso pelas minhas mãos.

(Mariana Magalhães)

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O dia em que ocuparam minha praça

Mendigos não devem ocupar praças. Afinal, além dos vários milhões que gastamos em nossos imóveis, também somos donos das praças. E dos parques. E das vias públicas. A partir de agora, vai ser assim: vamos, além de tudo, gastar mais água (porque isso o mundo tem de sobra – aquecimento global e escassez de água é ladainha), os guichos serão mais fortes, mais longos e por mais tempo, de modo que fique impossível deitarem nos bancos de nossa praça. Nós merecemos uma vista melhor, um espaço mais limpo pra caminharmos pelas redondezas – nada de semi humanos por perto, coisa mais desagradável e poluidora! Pra mim, não basta o insulfilm, a blindagem, os porteiros, frequentar somente os lugares certos, nada disso. Eles estão em todos os cantos (ouvi dizer), mas na minha praça já é demais. Não sou obrigada – porque lugar de vagabundo é na cadeia, bandido bom é bandido morto, e direitos humanos? para humanos direitos, é claro.

Senão, muito em breve serei obrigada a construir meu próprio heliporto na praça, de modo que não precisarei nem vê-los, apenas passar por cima. Um pouco mais.

(Mariana Pio)


entenda aqui.