terça-feira, 1 de maio de 2012

Insônia criminosa.

São exatamente 04:33h.

Dizer que acordei agora por sua culpa seria romanticamente exagerado, mas confesso que já perdi várias horas de sono.
Me pergunto como é possível que você continue em liberdade se por tantas vezes perturbou meu repouso noturno.
Estou com o telefone em mãos, pronto para acionar o já conhecido disque denúncia e me queixar de você, mais uma vez.
Só não o faço, pois, em último caso, sua condenação não seria o suficiente para reparar o dano causado e me deixar reconfortado.
Você, perspicaz do jeito que é, continuaria me atormentando não importa onde esteja, seja qual for o presídio e seu respectivo nível de segurança.
Se juiz eu fosse e tivesse a oportunidade de julgar o caso, enfim teríamos uma solução.
Me sentenciaria a pena de morte por decapitação.
Pra te tirar da cabeça, só tirando ela fora.
Não me restam medidas alternativas.

Todavia, se juiz eu fosse, estaria impedido de te julgar em qualquer instância.
Me declaro, de ofício (não vou esperar sua provocação), suspeito por motivo íntimo.

Inacreditavelmente, por Klaus Bovendorp.



(Klaus Bovendorp)

Nenhum comentário:

Postar um comentário