segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Para desfazer o quebra-cabeças

A eternidade que planejávamos para nós ficou no passado, que agora, fica na memória sob uma forma tão perfeita e pura. Te escrevo hoje, porque se tornou intolerável para meu corpo te ver e não te beijar, simplesmente acabar em discussões do que poderia ter sido se... Somos orgulhosos demais, ainda, para largar esse "se". Sou sentimental demais, ainda, para tolerar uma traição. E você é impulsivo demais, ainda, para se tornar o homem de uma só mulher. Juntos, somos uma perfeição de um quebra-cabeças que não falta nenhuma peça, somos invejáveis. Mas juntos, também somos a fragilidade da nossa junção. Nosso encaixe é único, mas possui o defeito de ser fácil de ser desfeito.
Me sinto como se estivéssemos encenando a música "Slow dancing in a burning room" de John Mayer. O perfeito imperfeito está no fim que sabemos que está, mas insistimos em fingir que não sabemos de sua existência. Chegou a hora de encarar e parar de adiar o inevitável. Eu te amo e pronto, mas se o amor bastasse, viveríamos em um filme romântico e holywoodiano.
Sei que vivo com a cabeça em livros, cafés e poesias. Sou assim mesmo. Minha ilusão literária faz parte de mim e só eu consigo entender porque gosto de viver nesse mundo. Não é uma questão de gostar de me iludir, de ser melancólica demais ou de ainda não ter vivido o suficiente para entender as coisas da vida. Maturidade não se conquista com anos de vida, mas com as experiências que nos proporcionamos.
Não suporto mais a ideia de poder te ter, mas não te ter exclusivamente. Nesse sentido, sou uma egoísta completa. Sou o agora ou o nada. Agora, me despeço da dor presente e também da vinda de qualquer dor que se atreva a ser futura e tardia. Me despeço aqui do nosso amor, perfeito para existir em livros e poemas, mas não na realidade. Dou adeus a uma infinitude de coisas que poderiam ser. Enterro todas as suas carícias e palavras de amor infinitas. Não direi que foi bom enquanto durou, pois não me atrevo a viver nossos momentos bons na mente, não suportaria. Te dou agora o adeus de toda uma vida que poderia ter sido e não foi.
Me faça um último favor, nos queime na sua memória, assim como pretendo fazer. "Brilho eterno de uma mente sem lembranças" foi inspirador.
Meu amor está preso incondicionalmente pelo seu coração, mas preciso ganhar minha liberdade condicional para tentar continuar a ser alguém feliz sem você.

Um último beijo daqueles longos e incansáveis,

Da sua outra parte do quebra-cabeças.

(Mariana Magalhães)

2 comentários:

  1. Simplesmente maravilhoso!!! Parabéns Teté! E escreva, escreva sempre e muito! Vc precisa dividir com o mundo essa riqueza! Beijão! Anna

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  2. Ohhh Anna, vc me deixa muito feliz com um comentário desses :)
    Me faz ter vontade de escrever mais e mais. Bom saber que meus escritos te agradam! hehe
    Beijo

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