sexta-feira, 18 de março de 2011

Estações Humanas

O embrião que se desenvolve no ventre da juventude está ali, prestes a florescer. Quando acontece, ele desabrocha, as cores se espalham, impregnadas de perfumes; tudo aqui é novo, é descoberta. É curiosidade e inquietude feito borboletas e beija-flores que voam de flor em flor, querendo saber de tudo, doando alegria e beleza por aí.
Então vem o calor, a energia, a força. Coisa de vitalidade incomparável. Vem se despindo, experimentando de tudo, instigando e deixando-se instigar, sem vergonha, transbordando desejo, com a certeza de que tem a certeza. Tudo é instável, explosivo, como o Sol - com todo seu calor e sua intensidade. Vive-se em festa - as coisas parecem a ponto de se perder - mas é época de se encontrar, pois as folhas logo cairão.
Toda a estabilidade que procede tamanho turbilhão - chega a ser assustador - não era esperado, mas o tempo passou rápido e o calor se foi. Agora suas flores estão se soltando, há algo de certo e seguro e insubstituível nessa tranquilidade em que a luz e o calor e a energia e a força estão perfeitamente harmoniosos com o vento, a brisa, e a calmaria que ela traz.
Depois de tudo, vem o frio. Parece que não há mais aquele Sol de tempos atrás - ele se escondeu atrás das nuvens, é recolhimento. Uma cadeira de balanço, muita paz e uma bela paisagem parecem ideal para abrigar a sabedoria dos que chegaram até aqui, o frio, que assiste a todas as outras estações, saídas dele próprio, caminharem em sua direção.

(Mariana Pio)

Um comentário:

  1. Eu curto esse texto horrores!
    Tô muito nessa fase "Tudo é instável, explosivo, como o Sol - com todo seu calor e sua intensidade. Vive-se em festa - as coisas parecem a ponto de se perder - mas é época de se encontrar, pois as folhas logo cairão."

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